sábado, 23 de julho de 2011

Obama/ congresso, para vencer uma crise Americana

A Casa Branca advertiu neste sábado o Congresso dos Estados Unidos para "não brincar" com fogo sobre a economia, ao final da reunião entre o presidente Barack Obama e os líderes dos grupos legislativos visando a um acordo sobre o aumento do teto da dívida.
"O Congresso não deve se entregar a jogos políticos temerários quando se trata da nossa economia. No lugar disto, deveria ser responsável e fazer seu trabalho, impedir um default e cortar o déficit" no orçamento, afirmou o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.
As negociações continuam, deu a entender Carney. "Os dirigentes (do Senado e da Câmara) aceitaram falar com seus grupos no Congresso para discutir uma maneira de avançar, e as conversações vão prosseguir durante todo o dia" de hoje, disse Carney.
Durante a reunião na Casa Branca, Obama se manteve firme no princípio de um aumento do teto da dívida por dois anos, até a eleição presidencial de novembro de 2012, na qual é candidato, destacou Carney.
O encontro teve a participação do líder democrata do Senado, Harry Reid, do republicano Mitch McConnell, da líder democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, e do presidente da mesma Casa, o republicano John Boehner.
O vice-presidente, Joe Biden, também participou das conversações, no gabinete da Casa Branca.
Em entrevista por telefone, Boehner disse que planeja chegar a um acordo com seus colegas republicanos e a Casa Branca no prazo de 24 horas.
Já McConell explicou que na reunião Obama "quis saber se há um plano para se evitar o default". "Os dois partidos (republicano e democrata) querem trabalhar em uma nova lei que evitará o default a partir da redução substancial dos gastos de Washington".
Nancy Pelosi destacou que "tudo indica que há esperanças" de que um acordo possa ser obtido na segunda-feira. "Temos que aproveitar cada momento".
Obama voltou a se reunir com os líderes do Congresso hoje numa verdadeira corrida contra o relógio, em busca de um acordo para aumentar a capacidade de endividamento dos Estados Unidos e evitar um calote.
O presidente insiste em que qualquer acordo passe pelo aumento dos impostos pagos pelas grandes corporações e os setores mais ricos da economia - uma proposta à qual se opõem os adversários republicanos e que vem sendo um dos pontos mais importantes do acordo.
"Esse é o ponto central desta proposta: cortes importantes, equilibrados por algumas novas receitas", disse o presidente em seu discurso semanal.
Todos os esforços são destinados a aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos, de 14,3 trilhões de dólares, antes de 2 de agosto, quando o governo da nação mais rica do mundo ficará sem dinheiro para pagar suas contas.

Para o Brasil eu, acho que não vai ser diferente, só que em nosso país os políticos fazem tudo por dinheiro e esquecem do povo. O Brasil esta construindo muitas habitação, só que já existe construtora indo a falência e quando os próprietários não consegirem pagar seus compromissos quem vai arcar com estas consequências. A inflação já esta presente em nossas vidas não percebe quem não que entender que tudo que compramos, que consumimos tem aumentado asustadoramente.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não sei escrever mais tenho cnh

Nunca fui a escola, só sei trabalhar,vender contrabando e viajar.
se tenho tudo isto o meu trabalho paga o resto, não preciso de nada
por que se faz de conta e tudo acontece. por exemplo ter carros velozes, ter uma cnh sem se preocupar. para ler não é problema por que posso ler desta forma: maariia,acuçar posso chamar se suqi e possso comprar um deploma, E ai posso tuudooo. Nesta Bahia.

domingo, 10 de julho de 2011

Individualismo

Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade e ao Estado .
O Homem do renascimento passou a apoiar a competição e a desenvolver uma crença baseada em que o homem tudo poderia,desde que tivesse vontade,talento e capacidade de ação individual.
O individualismo, em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se em oposição ao coletivismo, no que concerne à propriedade. O individualista pode permanecer dentro da sociedade e de organizações que tenham o indivíduo como valor básico - embora as organizações e as sociedades, contraditoriamente, carreguem outros valores, não necessariamente individualistas, o que cria um estado de permanente tensão entre o indivíduo e essas instâncias de vida social.
Segundo Sartre, mesmo dentro do maior constrangimento - político, econômico, educacional ou outro -, existe um espaço, maior ou menor, para o exercício da liberdade individual, o que faz com que as pessoas possam se distinguir uma das outras, através das suas escolhas.
O exercício da liberdade individual implica escolhas, que, nas sociedades contemporâneas, frequentemente estão associadas a um determinado projeto. Indivíduos desenvolvem seus projetos dentro de um campo de possibilidades e dado um certo repertório sociocultural - que inclui ideologias, visões de mundo e experiências de classe, grupos, ethos, dimensões nas quais o indivíduo se insere.
Nas sociedades contemporâneas, uma vez que o indivíduo se constitui na relação com o outro e em função de várias experiências e papéis sociais, participando de vários mundos, a sua personalidade não é um monolito: o indivíduo não é um mas muitos, em função de suas circunstâncias. Uma primeira dificuldade do individualismo seria, portanto, a de definir o indivíduo, destacando-o da esfera do coletivo - que, de certa forma, o constitui e lhe dá sentido.[1]
[editar] História
No Medievo, o indivíduo é visto somente como parte do coletivo, não destacável do todo social. Em Santo Agostinho, o ser humano é social por natureza ou essência, e individual por corrupção originária (De civitate Dei XII 28). A sua salvação como indivíduo é inseparável do destino dos seus semelhantes e, por isso, há uma naturalidade na esfera do social e do político, que é o próprio indicador da humanização.[2]
Averróis considerava a sociedade como o melhor instrumento para a perfeição do indivíduo: "É impossível alcançar a perfeição humana integral se não se manifestarem as diferenças individuais existentes nas pessoas concretas de um povo a cujas distintas disposições naturais correspondem as diferenças das suas respectivas perfeições. Se cada sujeito concreto estivesse preparado potencialmente para todas as perfeições humanas a natureza teria feito algo em vão."[3]
É possível identificar as questões da liberdade e da autonomia, fundamentais para a emergência do individualismo, já no humanismo renascentista e, mais claramente, no racionalismo e no iluminismo, quando se estabelece a diferenciação entre o indivíduo pré-moderno, orientado por uma ordem transcendente, religiosa, e o indivíduo moderno, orientado sobretudo pela razão e pela vontade.
A idéia do homem como centro do universo, que usufrui de autonomia do espírito, liberdade da razão e exercício da vontade, é central na passagem do mundo medieval ao mundo moderno - cujo marco é a Revolução Francesa - e torna possível a afirmação do indivíduo como princípio e como valor.
Assim, o individualismo remonta ao contrato social e às origens do pensamento democrático, com Hobbes, Locke e Rousseau e a rejeição do poder político legitimado pelo direito de dinástico herança ou pela vontade divina. Consolida-se assim a concepção de indivíduo como um ser uno, livre e responsável por seus próprios atos - o cidadão moderno, célula mínima do Estado democrático, que lhe garante contratualmente direitos e deveres.
Alguns autores, destacam no entanto o individualismo moral e político presente na Reforma luterana como a marca distintiva da modernidade - considerando a Reforma como até mais importante, neste sentido, do que o contratualismo.
Posteriormente, o Romantismo também será fundamental na constituição do individualismo moderno, que tanto reúne traços iluministas quanto românticos. Segundo Simmel [4] há duas revoluções individualistas na história do Ocidente, que resultam em dois tipos de individualismo: a primeira revolução individualista teria sido uma revolução quantitativa ou numérica (de singleness), fruto do iluminismo, visando o homem em sua universalidade, o que corresponde à concepção do indivíduo como um cidadão livre e autônomo, destacado do todo social. A instauração do individualismo de singleness tem como marco a Revolução Francesa, quando se consolidam os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Já a segunda revolução individualista, promovida por meio do ideário romântico do século XIX, corresponde, segundo o autor, ao individualismo de uniqueness, e diz respeito à dimensão de excepcionalidade e singularidade do indivíduo moderno. O que importava agora não era mais ser um indivíduo livre como tal, mas ser um indivíduo singular e insubstituível. [5] No entanto oque diz a história, a pessoa individualista ela não é nem um pouco feliz doque as outras.
[editar] O anarquismo individualista
Ver artigo principal: Anarquismo individualista
O anarquismo individualista é a proposta de associação libertária que remonta aos escritos de Pierre-Joseph Proudhon e Max Stirner, como forma de assegurar as necessidades individuais através de uniões livres de cidadãos.
Esta corrente do anarquismo pauta sua tese anti-autoritária na liberdade e inviolabilidade do indivíduo. Assim qualquer forma de autoridade significaria restrições à existência de um indivíduo pleno, livre de coerções externas. Neste sentido vê criticamente qualquer forma de instituição social que restrinja a autodeterminação individual.

DAS AÇÕES COLETIVAS ÀS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS

Ilse Scherer-Warren
A realidade dos movimentos sociais é bastante dinâmica e nem sempre as teorizações têm
acompanhado esse dinamismo. Com a globalização e a informatização da sociedade, os
movimentos sociais, em muitos países, inclusive no Brasil e em outros países da América Latina,
tenderam a se diversificar e se complexificar. Por isso, muitas das explicações paradigmáticas ou
hegemônicas nos estudos da segunda metade do século XX necessitam revisões ou atualizações
face à emergência de novos sujeitos sociais, novas formas de organização e articulação e cenários
políticos mais dinâmicos, especialmente em sociedades em processo de democratização. Este
estudo busca, inicialmente, uma compreensão acerca da nova configuração da sociedade civil
organizada, explicitando os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio1.
Revisitando conceitos para a pesquisa das ações coletivas e movimentos sociais
Para avançar em relação a noções bastante utilizadas no campo dos atores coletivos e
também no campo da pesquisa sociológica, há que se distinguir as noções de ações coletivas e de
movimentos sociais para precisar a perspectiva teórica que se pretende seguir neste estudo.
Ações coletivas tem sido geralmente utilizado, mesmo na academia, como um conceito
empírico para se referir a toda e qualquer forma de ação reivindicativa ou de protesto realizada
através de grupos sociais, tais como associações civis, agrupamentos para a defesa de interesses
civis ou públicos comuns, organizações de interesse público. Dessa forma, a noção de ação coletiva
é genérica e abrangente, referindo-se a diferentes níveis de atuação, dos mais localizados e restritos
(uma ONG, por exemplo), aos de um alcance mais universal na esfera pública (um movimento
social propriamente dito, por exemplo, o Movimento dos Sem-Terra - MST). Mesmo na teoria
social, a conceituação de ação coletiva também tem sido muito diversificada, dependendo da
abordagem teórica de cada autor. Não pretendo aqui fazer esta recuperação das teorias. Portanto,
vou me deter a uma abordagem que define ação coletiva de uma forma bastante inclusiva e que
auxiliará na análise dos movimentos sociais; refiro-me àquela desenvolvida na mais completa obra
de Melucci, “Challenging Codes – collective action in the information age” (1996).
1 Trazemos neste texto alguns resultados do Projeto “As múltiplas faces da exclusão social” (Projeto AMFES),
do Núcleo de Pesquisa em Movimentos Sociais da UFSC, financiado pelo CNPq e cuja pesquisa empírica foi realizada
durante estágio enquanto pesquisadora visitante junto à Universidade de Brasília (UNB), no período de setembro/04 a
agosto/05. Partes deste capítulo foram publicados em Scherer-Warren, 2006.
2
No conjunto dessa obra, Melucci trata de uma teoria geral sobre ações coletivas. Essa teoria
fornece uma significativa base para a análise dos movimentos sociais. A noção de ação coletiva não
se refere, nesta teorização, a ações não estruturadas, que não obedecem alguma lógica de
racionalidade, como os tumultos públicos espontâneos, por exemplo. Ela envolve uma estrutura
articulada de relações sociais, circuitos de interação e influência, escolhas entre formas alternativas
de comportamento (p. 18). Os movimentos sociais seriam uma das possibilidades dessas ações.
Portanto, segundo Melucci (p.28)2, o movimento social, enquanto categoria analítica, é
reservado ao tipo de ação coletiva que:
1. envolve solidariedade;
2. manifesta um conflito;
3. excede os limites de compatibilidade do sistema em relação à ação em pauta.
O autor acrescenta que nas sociedades contemporâneas e da informação,
devido ao grau de autorreflexividade dos sujeitos e das organizações, há uma maior circulação de
indivíduos, de ideias e circuitos de solidariedade interorganizacional, flexibilizando os modelos
organizacionais tradicionais, dando origem a ações sob a forma de redes sociais e coletivas (ibid., p.
113-17).
A partir desse pressuposto, considero que, para se compreender a complexidade de formas
de interação em rede, é necessário se distinguir conceitualmente três níveis de relações: redes
sociais, coletivos em rede e rede de movimentos sociais3, as quais empiricamente interagem e se
complementam, mas enquanto categorias analíticas devem ser diferenciadas.
Redes sociais, no sentido amplo, refere-se a uma comunidade de sentido, na qual os atores
ou agentes sociais são considerados como os nós da rede, ligados entre si pelos laços dela, que se
referem a tipos de interação com certa continuidade ou estruturação4, tais como relações ou laços
que se estruturam em torno de afinidades/identificações entre os membros ou objetivos comuns em
torno de uma causa. Exemplos desses agrupamentos ou comunidades são as redes de parentesco,
redes de amizade, redes comunitárias variadas (religiosas, recreativas, associativismo civil, etc.),
contendo ou não uma organização formal.
Já quando nos referimos às redes organizacionais de mobilização da sociedade civil ou redes
propositivas de políticas sociais ou públicas, deve-se fazer a distinção entre coletivos em rede e rede
de movimentos sociais:
Coletivos em rede refere-se a conexões entre organizações empiricamente localizáveis.
2 Sobre abordagens semelhantes, vide a obra de Alain Touraine e Manuel Castells.
3 Vide outros desdobramentos destes conceitos em SCHERER-WARREN, 2007a, 2007b.
4 Vide uma descrição detalhada das várias abordagens das redes sociais em PENNA et alli, Avaliação estrutural em
redes sociotécnicas, In: Egler, 2007.
3
Como exemplo, temos as articulações entre ONGs de um mesmo eixo temático, como educação
popular, direitos humanos, questões de gênero, e outras, compondo os fóruns setoriais ou
intersetoriais da sociedade civil e outras articulações em defesa da cidadania. Esses coletivos podem
vir a ser segmentos (nós) de uma rede mais ampla de movimentos sociais, que se caracteriza por ser
uma rede de redes. Por exemplo, podemos citar como campos políticos ou sub-redes do movimento
ambientalista brasileiro diversos coletivos em rede, como o Fórum Brasileiro ds ONGs e
Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento; a Rede de ONGs da Mata
Atlântica; o Grupo de Trabalho Amazônico – GTA; a Rede Cerrado. Entretanto, o movimento
social, no caso o movimento ambientalista, deve ser definido como algo que vai além de uma mera
conexão de coletivos (SCHERER-WARREN, 2007b).
Movimentos sociais, enfim, são redes sociais complexas, que transcendem organizações
empiricamente delimitadas e que conectam, de forma simbólica, solidarística e estratégica, sujeitos
individuais e atores coletivos em torno de uma identidade ou identificações comuns, de uma
definição de um campo de conflito e de seus principais adversários políticos ou sistêmicos e de um
projeto ou utopia de transformação social. As identidades e os conteúdos das lutas podem ser
específicos (ambientalista, feminista, étnico etc.) ou transidentitários (eco-feminismo, anti-racismo
ambientalista, etc.). O emergente Movimento Quilombola é um exemplo de um movimento com
referenciais da subordinação histórica de um grupo social – os quilombolas – por sua condição
originária de raça/etnia e de classe, conforme exemplo abaixo:
a identificação étnica (negra) e de classe (camponeses pobres) – a identidade coletiva;
para combater um legado histórico de colonialismo, racismo e expropriação – o adversário
comum;
pelo direito à terra comunitária herdada e ao reconhecimento de sua cultura – o projeto de
transformação.
Em síntese, movimentos sociais na sociedade contemporânea podem ser mais amplamente
explicados quando os atores sociais ou formas de coletividade que os compõem forem tratados a
partir de uma perspectiva de análise de redes sociais e organizacionais. Portanto, quando elegemos
como conceito teórico a noção de rede de movimentos sociais referindo-nos à síntese articulatória, à
amálgama ou às redes das redes do agir e pensar coletivo representadas através de diversos
formatos organizacionais não estamos abandonando a tradição de análise já clássica na literatura
dos movimentos sociais, ou seja, a ideia de que um movimento social existe quando há:5
5 Conforme teorias de Touraine (1997), Melucci (1996) e Castells (1996). Vide outros desdobramentos deste
debate em Scherer-Warren (1999, 2000 e 2007a).
4
um princípio de identidade construído coletivamente ou de identificação em torno de interesses
e valores comuns no campo da cidadania;
a definição coletiva de um campo de conflitos e dos adversários centrais nesse campo;
a construção de projeto de transformação ou de utopias comuns de mudança social nos campos
societário, cultural ou sistêmico.
Estamos, sim, ampliando a análise dos movimentos sociais na medida em que consideramos
a interação em redes como algo constitutivo dos movimentos sociais. Essa ideia já está presente em
vários autores, como nos trabalhos de Touraine, Melucci e Castells já mencionados, todavia distinta
da tratada acima e que será melhor explicitada no decorrer desta obra. A rede de movimentos
sociais refere-se, pois, à uma comunidade de sentido que visa a algum tipo de transformação social
e que agrega atores coletivos diversificados, constitutivos do campo da sociedade civil organizada,
conforme veremos a seguir.
Sociedade civil é um conceito clássico da sociologia política, mas na atualidade ele tende a
ser utilizado num modelo de divisão tripartite da realidade: Estado, mercado e sociedade civil6.
Nessa perspectiva teórica, a sociedade civil, embora configure um campo composto por forças
sociais heterogêneas, representando a multiplicidade e diversidade de segmentos sociais que
compõem a sociedade, está preferencialmente relacionada à esfera da defesa da cidadania e suas
respectivas formas de organizações em torno de interesses públicos e valores, incluindo-se o de
gratuidade/altruísmo, distinguindo-se assim dos dois primeiros setores acima (Estado e mercado),
que estão orientados, preferencialmente, pelas racionalidades do poder, da regulação e da economia.
É importante enfatizar, entretanto, que a sociedade civil nunca será isenta de relações e conflitos de
poder, de disputas por hegemonia e de representações sociais e políticas diversificadas e
antagônicas. Às vezes, também, a sociedade civil é tratada como sinônimo de “terceiro setor”, mas
isso não é adequado e comporta certa ambiguidade. O termo “terceiro setor” tem sido empregado
para denominar as organizações formais sem fins lucrativos e não-governamentais com interesse
público. A sociedade civil inclui esse setor, mas também se refere à participação cidadã num
sentido mais amplo. Pode-se, portanto, concluir que a sociedade civil é a representação de vários
níveis de como os interesses e os valores da cidadania se organiza em cada sociedade, para
encaminhamento de suas ações em prol de políticas sociais e públicas, protestos sociais,
manifestações simbólicas e pressões políticas. Esses níveis ora são expressão de interesses mais
restritos, mais específicos, mais particularizados ou localizados, ora referem-se a articulações de
constelações mais amplas, mais universais ou mais globalizadas. Em ambos os casos, podemos nos
6 A sociologia contemporânea tem privilegiado essa perspectiva analítica. Vide, dentre outros, o estudo já
clássico de Cohen & Arato (1992).
5
referir à atuação da sociedade civil organizada. Nesse sentido, os níveis organizacionais mais
frequentes e presentes na sociedade civil contemporânea podem ser genericamente tipificados da
seguinte maneira:
Organizações de base ou associativismo localizado: nesse nível, podem ser incluídos ONGs,
terceiro setor7, associações civis/comunitárias, ações coletivas de base local (empírica e
popularmente denominadas de “movimentos populares”) e grupos de cidadãos envolvidos com as
causas sociais. Essas forças associativistas são expressões locais e/ou comunitárias da sociedade
civil organizada. Para citar apenas alguns exemplos dessas organizações localizadas: Núcleos,
acampamentos ou assentamentos dos Movimentos Sem-Terra, Sem-Teto, empreendimentos
solidários, associações de bairro, etc. Essas organizações locais também vêm buscando participar
de redes nacionais e transnacionais de movimentos (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-
Terra, Movimento dos Catadores de Lixo, Movimento Indígena, Movimento Negro, etc.) ou através
de articulações interorganizacionais, como os fóruns da sociedade civil, sobre os quais trataremos a
seguir. Entretanto, no nível local, existem também coletivos informais, sem nenhuma ou pouca
institucionalidade, que lutam por modos de vida alternativos, por reconhecimento ou são produtores
de novas formas de expressão simbólicas, como grupos de neoanarquistas e outras tribos urbanas.
Organizações de articulação e mediação política: nesse nível, encontram-se os fóruns de
representantes das organizações de base e de cidadãos engajados, associações nacionais de ONGs e
terceiro setor, redes interorganizacionais de interesse público e as redes de redes, que buscam se
relacionar entre si para o empoderamento da sociedade civil, representando as organizações e
movimentos do associativismo localizado. É através dessas formas de mediação que se dá a
interlocução e as parcerias mais institucionalizadas entre a sociedade civil e o Estado. Essas
articulações também se tornaram possíveis porque há meios técnicos que as viabilizam: a internet e
os e-mails são práticas cotidianas das redes do novo milênio8. Os encontros presenciais podem ser
mais circunstanciais e espaçados quando a comunicação cotidiana está garantida pelos meios
virtuais. Consequentemente, tem se observado um crescimento expressivo de redes de ONGs e
associações, de Fóruns e de redes de redes.
Mas até agora destacamos formas organizacionais que possuem certa institucionalidade:
algumas com registros legais e certificações, outras apenas com normas ou procedimentos internos
à associação. Essas normas disciplinam o cotidiano de atuação do associativismo civil. Todavia, há
formas de protestos sociais de maior abrangência, por um lado, e mais conjunturais, por outro,
compondo o terceiro nível organizacional: são o que chamo de “mobilização na esfera pública”.
7 Há distinções históricas sobre a origem dos termos “ONG” e “terceiro setor” e seu uso; nesse sentido, ver a
obra coletiva, organizada por Haddad (2002).
8 Vide resultados de pesquisas sobre essa forma de interação em rede na sociedade contemporânea em Egler
(orga.) (2007).
6
Mobilizações na esfera pública: diz respeito às marchas ou manifestações, no espaço
público local, regional ou nacional (campanhas, “semanas”, etc.), de defesa da cidadania ou em prol
de direitos humanos ameaçados ou a serem conquistados. Essas mobilizações são fruto da
articulação de atores dos movimentos sociais localizados, das ONGs, dos fóruns e redes de redes,
mas buscam transcendê-los através de grandes manifestações na praça pública, incluindo a
participação de simpatizantes, com a finalidade de produzir visibilidade através da mídia e efeitos
simbólicos para os próprios manifestantes (no sentido político-pedagógico) e para a sociedade em
geral, como uma forma de pressão política das mais expressivas no espaço público contemporâneo.
Alguns exemplos ilustram essa forma de organização, incluindo vários setores de participantes: a
Marcha Nacional Pela Reforma Agrária, de Goiânia a Brasília (maio/2005), foi organizada por
articulações de base como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Grito dos Excluídos e o próprio
Movimento dos Sem-Terra (MST) e por outras transnacionais como a Via Campesina. Também se
realizaram articulações com universidades, comunidades, igrejas através do encaminhamento de
debates prévios à marcha. Nos anos posteriores, têm sido realizadas várias marchas regionais pela
reforma agraria, como a mais recente “Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária” (agosto de
2009), que ocorreu simultaneamente em vários estados brasileiros, inclusive em Brasília. A Parada
do Orgulho Gay tem aumentado expressivamente a cada ano, desde seu início em 1995 no Rio de
Janeiro, fortalecendo-se através de redes nacionais, como a ABGLT, de grupos locais e
simpatizantes9. A Marcha da Reforma Urbana, em Brasília (outubro/2005), resultou da articulação
de organizações de base urbana (Sem-Teto e outras), mas também de uma integração mais ampla
com a Plataforma Brasileira de Ação Global contra a Pobreza. A Marcha Mundial das Mulheres tem
sido integrada por organizações civis de todos os continentes. A Marcha vinculada à III Cúpula dos
Povos, em Mar Del Plata (novembro/2005), “foi convocada pela Aliança Social Continental, por
estudantes, trabalhadores, artistas, líderes religiosos, representantes das populações indígenas e das
mulheres, juristas, defensores dos direitos humanos, parte desse movimento plural, que, pela
terceira vez, celebra o encontro, após os realizados em Santiago do Chile (1998) e Québec (2001)”
(cf. Adital, 4/11/05). A Marcha Zumbi + 10 desmembrou-se em duas manifestações em Brasília
(uma em 16/11/05 e outra em 22/11/05), expressando a diversidade de posturas do movimento
negro quanto à autonomia em relação ao Estado. Portanto, vale destacar que essas organizações em
rede se abrem para a articulação da diversidade, mas com limites quanto à capacidade de absorção
de posturas ideológicas ou políticas conflitivas, vindo a se cindir quando os conflitos tornam-se
não-negociáveis, como no caso acima.
Resta lembrar que em relação a sustentabilidade para a realização de atividades dos níveis
9 Em São Paulo, a primeira Parada Gay em 1997 teve cerca de 2 mil pessoas e a nona em 2005, cerca de 2,5
milhões, cf. http://www.comunidadeglbt.com.br.
7
mencionados até aqui, ou seja, a captação de recursos materiais para a sustentação organizacional,
registram-se os apoios financeiros especialmente das agências não-governamentais nacionais e
internacionais e, frequentemente, governamentais. Mas há também contribuições individuais
advindas do campo da solidariedade cidadã.
Rede de movimento social: refere-se à articulação entre vários atores ou organizações que
participam dos níveis organizacionais acima. Esta pressupõe a identificação de sujeitos coletivos em
torno de valores, objetivos ou projetos em comum, os quais definem os atores ou situações
sistêmicas antagônicas que devem ser combatidas e transformadas10. Em outras palavras, o
movimento social, definido enquanto uma rede de caráter político, pressupõe a construção de uma
“identidade” coletiva ou “identificação grupal”, a definição de “adversários” ou “opositores” e um
“projeto” ou “utopia” 11, num contínuo processo de formação política, resultante das interações das
múltiplas articulações acima mencionadas. Esse tende a ser o nível mais complexo, mais politizado
e orientado por um desejo de transformação do status quo de grupos sociais que se consideram em
situação de exclusão, desigualdade ou discriminação, ou mesmo que lutam por mudanças sistêmicas
mais amplas. A ideia de rede de movimento social é, portanto, um conceito de referência que busca
apreender o porvir ou o rumo das ações de movimento, transcendendo, portanto, as experiências
empíricas, concretas, datadas, localizadas dos sujeitos/atores coletivos, conforme representado na
figura abaixo. O movimento propriamente dito resulta, portanto, da dinâmica articulatória entre
diversos atores da sociedade civil em nome de um projeto ou utopia de mudança social.
10 Vide outros desdobramentos sobre a noção de redes de movimentos sociais também em Scherer-Warren
(1999, 2000, 2002 e 2005).
11 Cf. Touraine (1997), Melucci (1996), Castells (1996), dentre outros.
8
Fonte: Scherer-Warren, 2006
Na sociedade das redes (para usar uma terminologia de Manuel Castells), o associativismo
localizado (ONGs comunitárias e associações locais) ou setorizado (ONGs feministas, ecologistas,
étnicas e outras) ou, ainda, os movimentos sociais de base locais (de moradores, sem teto, sem terra,
etc.) percebem cada vez mais a necessidade de se articularem com outros grupos com a mesma
identidade social ou política, a fim de ganhar visibilidade, produzir impacto na esfera pública e
obter conquistas para a cidadania. Nesse processo articulatório, atribuem, portanto, legitimidade às
esferas de mediação (fóruns e redes) entre os movimentos localizados e o Estado, por um lado, e
buscam construir redes de movimento com relativa autonomia, por outro. Origina-se, a partir desse
fato, uma tensão permanente, no seio do movimento social, entre participar com e através do Estado
para a formulação e a implementação de políticas públicas ou em ser um agente de pressão
autônoma da sociedade civil.
A articulação em torno de novas identidades políticas e de valores
Nas sociedades globalizadas, multiculturais e complexas, as identidades tendem a ser cada
vez mais plurais e as lutas pela cidadania incluem, frequentemente, múltiplas dimensões do self: de
gênero, étnica, de classe, regional; mas também dimensões de afinidades ou de opções políticas e de
valores: pela igualdade, pela liberdade, pela paz, pelo ecologicamente correto, pela sustentabilidade
social e ambiental, pelo respeito à diversidade e às diferenças culturais etc.
As redes, por serem multiformes, aproximam atores sociais diversificados, dos níveis locais
aos mais globais, de diferentes tipos de organizações e possibilitam o diálogo da diversidade de
interesses e valores. Ainda que esse diálogo não seja isento de conflitos, o encontro e o confronto
das reivindicações e lutas referentes a diversos aspectos da cidadania, vêm permitindo aos
movimentos sociais passarem da defesa de um sujeito identitário único à defesa de um sujeito
plural. Por exemplo, a Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB), rede tradicionalmente
feminista, hoje
...carrega um sub-título que diz Articulação de Mulheres Brasileiras - uma
articulação feminista e anti-racista. Isso se definiu afirmando o feminino e também
afirmando o anti-racismo como uma questão central. Isso tudo é fruto das mulheres
negras dentro da AMB...(Entrevista com Guacira, ex coordenadora da AMB,
9
2005).12
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é um caso emblemático de luta transversal de
direitos para a América Latina e para a sociedade global. A MMM teve sua origem no movimento
de mulheres e caracteriza-se por ser um projeto de mobilização social no qual participam ONGs
feministas, mas também comitês e organismos mistos de mulheres e homens que se identificam
com a causa do projeto. Essa causa parte do princípio da existência de uma discriminação de
gênero, mas se associa à luta contra discriminações e exclusões sociais em outras dimensões,
especialmente em relação à igualdade, solidariedade, liberdade, justiça e paz. Dessa forma, é central
em sua plataforma política:
- o combate à pobreza (demanda por terra, trabalho, direitos sociais);
- o combate à injustiça (contra violência em todas as esferas da vida social, que vai do tráfico de
mulheres, trabalho escravo até o cancelamento da dívida externa, como forma de exploração
injusta).
Portanto, a MMM, como muitos movimentos sociais que se constituíram à luz dos
movimentos alter-globalização, é uma rede interorganizacional, mas no momento de suas
mobilizações na praça pública se amplia consideravelmente com a presença de muitos cidadãos (as)
participantes, como ocorreu no lançamento da Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade, em
oito de março de 2005, em São Paulo, no qual foi estimada a presença de 30 mil mulheres de 16
Estados brasileiros e representantes de outros países (Mujeres de las Américas, 2005). A viagem da
Carta através das Américas permite não só uma ação integrada do movimento feminista latinoamericano,
mas também alianças com o conjunto dos movimentos sociais, em torno de uma pauta
multidimensional que foi se construindo através de sua passagem em vários países: por moradia,
pela reforma agrária, por salário justo, saúde, direito ao aborto, pela paz, contra a violência, o
racismo, a guerra etc. Agenda essa que vai caracterizando uma face multi-identitária de um
feminismo em movimento, latino-americano e mundial. A Carta chegou a Burkina Faso, na África
(no dia 17/10/05), último porto dessa ampla rede mundial de solidariedade e de luta simbólica por
“um outro mundo possível”, lema do FSM13.
Outras oportunidades políticas e reflexivas para as articulações em rede se encontram em
fóruns transnacionais, como o Fórum Social Mundial (FSM) e Cúpula dos Povos da América. De
fato, o FSM (ocorrido por quatro vezes em Porto Alegre (desde 2001), uma em Belém (2009), além
12 Dados do Projeto AMFES, op. cit.
13
Nesse dia, chegou em Ouagadogou, Burkina Faso, a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade e a
Colcha, que foi sendo costurada com os retalhos que expressam o mundo que querem as mulheres dos 53 países por
onde a Carta passou (http://www.marchamundialdasmulheres.org/news/2094).
10
de sua realização em outros continentes) tem se constituído em um momento central de mobilização
para as redes de movimentos na América Latina. O FSM, enquanto espaço de articulação da
sociedade civil, tem servido de inspiração à criação de vários outros Fóruns (por exemplo o Fórum
Brasileiro de Economia Solidária surgiu a partir do III FSM e o I Fórum Mundial da Saúde ocorreu
imediatamente antes do V FSM, realizado em Porto Alegre, em 2005), além de estimular o
crescimento e o fortalecimento de outras redes, tais como a Via Campesina e a Marcha Mundial das
Mulheres, já mencionadas.
A transversalidade de direitos na luta pela cidadania
O Fórum Social Mundial (FSM) bem como outros fóruns e redes transnacionais de
organizações têm sido espaços privilegiados para a articulação das lutas por direitos humanos em
suas várias dimensões sociais. Assim, através dessas articulações em rede de movimento, observase
o debate de temas transversais, relacionados a várias faces da exclusão social e à demanda de
novos direitos.
A transversalidade dos direitos tem uma referência organizada na Plataforma DhESCA
(Direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais), a qual defende a indivisibilidade
dos direitos. Essa referência reflete o crescimento da presença de sujeitos e redes diversas no
interior do Movimento Nacional de Direitos Humanos e no Fórum de Entidades Nacionais de
Direitos Humanos (FENDH), no Brasil, onde se associaram às Comissões de Direitos Humanos,
fundadoras do movimento, às pastorais sociais, ONGs, entidades indígenas, de negro(as), de
mulheres, ambientalistas e outras, trazendo para o Movimento a necessidade da ideia de
indivisibilidade dos direitos humanos.
A transversalidade das lutas sociais por direitos, através da atuação em redes, pode ser
representada através do seguinte diagrama:
11
Fonte: Ilse Scherer-Warren, 2005
Essa transversalidade na demanda por direitos implica o alargamento da concepção de
direitos humanos e a ampliação da base das mobilizações. Por exemplo, a MMM teve início numa
manifestação pública feminista no Canadá (em 1999), cujo lema, inspirado em uma simbologia
feminina - “pão e rosas” - expressava já a resistência contra a pobreza e a violência. Mantém-se até
hoje esse primeiro mote, mas vem ampliando-se sua conotação, convocando o conjunto dos
movimentos sociais para a luta por “um outro mundo” e por novos direitos humanos, nos quais
sejam superados vários legados históricos do patriarcalismo e do capitalismo, conforme foi
registrado na Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade (2005, n. 6):
Esses sistemas se reforçam mutuamente. Eles se enraízam e se conjugam
com o racismo, o sexismo, a misoginia, a xenofobia, a homofobia, o colonialismo, o
imperialismo, o escravismo e o trabalho forçado. Constituem a base dos
fundamentalismos e integrismos que impedem às mulheres e aos homens serem
livres. Geram pobreza, exclusão, violam os direitos dos seres humanos,
particularmente os das mulheres, e põem a humanidade e o planeta em perigo.
12
Essa luta pela transversalidade dos direitos humanos, expressa na Carta Mundial das
Mulheres para a Humanidade, possui cinco valores de referência: igualdade, liberdade,
solidariedade, justiça e paz. Esses valores transformam-se em reivindicações coletivas da Marcha,
dentre as quais destacamos as contidas na síntese abaixo. Podem ser observados aí os direitos
humanos clássicos e os direitos humanos de uma nova geração (das minorias e ambientais). Vale
ressaltar que cada um desses direitos é perpassado pela conotação de uma luta contra a exclusão e a
violência que contemple as dimensões de gênero, étnica, etária, regional, de equidade e de
qualidade de vida. Portanto, a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade (abaixo) poderá ser
lida a partir da Plataforma DhESCA, mencionada anteriormente, na medida em que contempla o
conjuntos dos direitos humanos defendidos nessa plataforma, mas através do olhar e da leitura dessa
rede transnacional de mulheres, conforme registro a seguir:
Compilação: Ilse Scherer-Warren, 2005
É em torno dessa plataforma ampla que a MMM consegue se comunicar com o conjunto das
tendências do feminismo, dos movimentos de mulheres de base local, mas também com os mais
globais, com movimentos sociais de outras especificidades, com simpatizantes com suas causas,
formando redes de redes de movimentos, identidades plurais, radicalizando a democracia a partir
dos níveis locais aos regionais, nacionais até os transnacionais na direção de uma cidadania
13
planetária.
Empoderamento das redes e sua participação em novas formas de governança
Preparar os sujeitos para se constituírem em atores de novas formas de governança requer a
participação em diversos espaços: mobilizações de base local na esfera pública; empoderamento
através dos fóruns e redes da sociedade civil; participação nos conselhos setoriais, no orçamento
participativo e em outras parcerias entre sociedade civil e Estado; e, nos últimos anos, a busca de
uma representação ativa nas conferências nacionais e globais de iniciativa governamental em
parcerias com a sociedade civil organizada.
A cidadania se fortalece e amadurece nesses espaços na medida em que as seguintes
condições se fazem presentes:
No espaço das organizações de base local e nas mobiliações (locais e mais globais) é onde
se reafirmam e se consolidam:
- as identidades coletivas, reforçando o sentimento de pertencimento (o que é ser, se sentir e
atuar como um sem-terra, um quilombola, um afro-brasileiro, um neo-zapatista, uma feminista etc.);
- os simbolismos/místicas das lutas, criando-se a ideia de unidade na diversidade e força
interior para prosseguir (através do culto a bandeiras dos movimentos, músicas, objetos culturais,
ritos, etc.);
- os projetos/utopias, que dão longevidade e significação ao movimento (projetos da reforma
agrária, território comunal, ações afirmativas e igualitarismo e reconhecimento das diferenças de
gênero, étnicas, etc.).
Portanto, é nesse espaço que o empoderamento político e simbólico das organizações de
base local se constrói e se reconstrói de forma mais efetiva.
No espaço de representação, como nos fóruns da sociedade civil, é onde vai se construindo
de forma mais sistemática as propostas para a transformação social e formas de negociação com o
Estado e o mercado. Exemplifico, a seguir, com alguns temas das plataformas de fóruns da
sociedade civil que tem sido destaques na política de negociação com o Estado:
- FDDI: garantir direitos originários dos povos indígenas (especialmente a terra), conforme
previsto na Constituição de 1988;
- FENDH: participação no Plano Nacional de Direitos Humanos, com inclusão da
Plataforma DhESCA;
- FBO: campanha sobre Superávit Primário e pela democratização da Lei de
14
Responsabilidade Social;
- FNRA: limite da propriedade da Terra (Carta da Terra, que contempla também um modelo
de sociedade);
- FLC: erradicar lixões, retirar crianças do lixão; criar coletas seletivas e geração de renda
para os catadores.
- AMB: integralidade e universalidade das políticas públicas de atendimento a mulher,
contra a violência, contra o sexismo, contra o racismo, etc.
Nesse espaço, as organizações de base encontram um canal de representação (ainda que
bastante informal) e de mediação política para as negociações com o Estado e o mercado.
Nas parcerias entre sociedade civil, Estado e mercado, há múltiplas formas de atuação, mas,
em termos de participação para a elaboração de políticas públicas, merecem destaque os conselhos e
conferências. Nos conselhos setoriais (popular e/ou paritário) é onde há, pelo menos teoricamente,
um espaço institucional para o encaminhamento de propostas da sociedade civil para uma nova
governança junto à esfera estatal. Alguns exemplos dessas parcerias podem ser citados:
- A SEPPIR criou em 2003 o CNPIR (Conselho Nacional de Promoção da Igualdade
Racial), com uma representação paritária entre sociedade civil e governo, tendo caráter consultivo,
para a interlocução entre estas duas esferas. Por sua vez, os indígenas revindicam desde 2002 a
criação de um conselho próprio. Mesmo assim, ainda em maio de 2009, através do Documento
Final do VI Acampamento Terra Livre, realizado em Brasília, solicitava-se ao Legislativo a
aprovação do Projeto de Lei para criação do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e a
criação de um novo Estatuto dos Povos Indígenas. Fazia-se também um apelo à sociedade civil
organizada para dar seu apoio e, assim, fortalecer em rede essa reivindicação:
Chamamos a todos os segmentos da sociedade civil brasileira a somar
conosco nesta luta pelo respeito pleno aos nossos direitos, como parte da total
democratização do nosso país, do qual nos orgulhamos de fazer parte, mas que
lamentavelmente ainda nos discrimina e marginaliza, sob a pressão e o domínio de
uns poucos, que só almejam os seus lucros e bem-estar, ignorando a nossa
contribuição fundamental à preservação da Natureza, em benefício do equilíbrio
global e do bem-estar de todos os brasileiros e da humanidade.
Aos nossos povos, reafirmamos a nossa determinação de avançar na nossa
organização e luta, para garantir a vigência dos nossos direitos, hoje, e para o bem
das nossas gerações futuras. Brasília, 07 de maio de 2009,
(http://www.coiab.com.br).
15
Os conselhos setoriais possibilitam também uma participação sistemática e institucional da
sociedade civil organizada nas conferências nacionais e globais, como nas várias Cúpulas e/ou
Conferências Mundiais organizadas pela ONU e, no Brasil, nas Conferências Nacionais dos
Direitos Humanos, das Mulheres, da Promoção da Igualdade Racial, da Economia Solidária, da
Juventude, organizadas a partir das Secretarias Especiais do Governo Federal. Dentre os conselhos
setoriais estaduais e municipais (crianças e adolescentes, saúde, segurança alimentar, educação,
assistência social e outros), há vários com participação ativa das organizações da sociedade civil,
porém outros ainda são muito controlados pelo poder público. Frente a esse desafio, Raichelis
(2005) acrescenta que:
Estudos e pesquisas têm destacado a importância dos fóruns, plenárias,
audiências públicas, mesas de concertação, redes e outras formas de articulação
enquanto espaços políticos estratégicos para a ampliação da participação e
democratização da informação, bem como mecanismos de ativação e dinamização
dos próprios conselhos. No entanto, a dinâmica de funcionamento e o desenho
organizacional desses novos espaços públicos precisam ser cuidadosamente
pensados, pois condiciona, em larga medida, a capacidade de inclusão de novos
atores coletivos, especialmente aqueles excluídos de outras arenas decisórias.
Enfim, a gestão das políticas públicas poderá ser mais ou menos cidadã, ou seja,
influenciada pela sociedade civil. Isso dependerá das relações de força ou das possibilidades de
convergência entre representantes das redes de movimentos, da esfera estatal e do mercado nos
conselhos setoriais e nas conferências de promoção de direitos da cidadania bem como das
possibilidades e efetivo empoderamento e democratização no interior das próprias redes de
movimento, na direção do desenvolvimento de sujeitos com relativa autonomia na construção de
seus destinos pessoais e coletivos.
Concluindo
A sociedade civil organizada do novo milênio tende a ser uma sociedade de redes
organizacionais, de redes interorganizacionais e de redes de movimentos e de formação de parcerias
entre as esferas públicas, privadas e estatais, criando novos espaços de governança com o
crescimento da participação cidadã. As redes de movimentos sociais possibilitam, nesse contexto, a
16
transposição de fronteiras territoriais, articulando as ações locais às regionais, nacionais e
transnacionais; fronteiras temporais, lutando pela indivisibilidade de direitos humanos,
representados por diversas gerações históricas destes e de suas respectivas plataformas;fronteiras
sociais, em seu sentido amplo, compreendendo o pluralismo de concepções de mundo dentro de
determinados limites éticos, o respeito às diferenças e a radicalização da democracia através do
aprofundamento da autonomia relativa da sociedade civil organizada14. Esta é a nova utopia do
ativismo: mudanças com engajamento com as causas sociais dos excluídos e discriminados e com
defesa da democracia na diversidade.
Lista de Siglas de Fóruns e Redes
ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgênero
ABONG – Associação Brasileira de ONGs
AMB – Articulação das Mulheres Brasileiras
FBES – Fórum Brasileiro de Economia Solidária
FBO - Fórum Brasil do Orçamento
FDDI - Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas
FENDH – Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos
FLC - Fórum do Lixo e Cidadania
FNMN – Fórum Nacional de Mulheres Negras
FNRA – Fórum Nacional de Reforma Agrária
Fórum-PETI – Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
FSM – Fórum Social Mundial
Inter-redes Direitos e Política
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
RBSES – Rede Brasileira de Sócioeconomia Solidária
RMA – Rede Mata Atlântica
RITS – Rede de Informação do Terceiro Setor
Referências bibliográficas
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Territórios das Comunidades Quilombolas no Brasil – Segunda
configuração espacial. Brasília: Mapas Editora & Consultoria (2005).
14 Sobre essas categorizações, vide meu trabalho anterior, in: Dias & Silveira (orgs.), 2005.
17
BARROS, Flávia. Banco Mundial e ONGs ambientalistas internacionais: ambiente,
desenvolvimento, governança global, e participação da sociedade civil. Brasília: UNB, 2005 (Tese
de doutoramento em Sociologia).
CASTELLS, Manuel. The information age: economy, society and culture. London: Blackwell
Publishers, 3 vol., 1996.
COHEN Jean L. 2003. Sociedade Civil e Globalização: Repensando Categorias. DADOS –
REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, Rio de Janeiro, Vol. 46, no 3, 2003, pp. 419 a 459.
COHEN, J. & ARATO, A. Civil Society and Political Theory. Cambridge: MIT Press, 1992.
DOIMO, Ana Maria. A vez e a voz do popular. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, Anpocs, 1995.
EGLER, Tamara T. Cohen (orga.). Ciberpólis. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.
FRASER, Nancy. 2001. Da redistribuição ao reconhecimento? Dilemas da Justiça na era póssocialista.
In : SOUZA, J. (org.). Democracia hoje: novos desafios para a teoria democrática
contemporânea. Brasília: UNB.
GADEA, Carlos A. 2004. Acciones colectiva y modernidad global – El movimiento neozapatista.
México: Universidad Autónoma del Estado de México.
HADDAD, Sérgio (org.). ONGs e universidades: desafios para a cooperação na América Latina.
São Paulo: Abong; Peirópolis, 2002.
HONNETH, Axel. 2003. Luta por reconhecimento – A gramática moral dos conflitos sociais. Trad.
de Luiz Repa, São Paulo: Ed. 34.
MELUCCI, Alberto. Challenging codes: collective action in the information age. Cambridge:
Cambridge University Press, 1996. 441p.
RAICHELIS, Raquel. Articulação entre os conselhos de políticas públicas – uma pauta a ser
enfrentada pela sociedade civil. 2005 (paper).
SCHERER-WARREN, Ilse. Cidadania sem fronteiras: ações coletivas na era da globalização. São
Paulo: Hucitec,1999. 95 p.
18
SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos em cena... as teorias por onde andam?; In: SCHERERWARREN,
Ilse, et. alli. Cidadania e Multiculturalismo: a teoria social no Brasil contemporâneo.
Lisboa/Florianópolis: Socius/Editora da UFSC, 2000, p. 23-51.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes e sociedade civil global. In: HADDAD, S. (org.). ONGs e
universidades – desafios para a cooperação na América Latina. São Paulo: Abong; Peirópolis, 2002.
pp. 63-92.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes sociais: trajetórias e fronteiras. In: DIAS, Leila Christina &
Silveira, Rogério L.L. da (orgs.). Redes, Sociedade e Território. Santa Cruz do Sul: EDUNISC,
2005.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes sociales y de movimientos en la sociedad de la información.
Nueva Sociedad, Venezuela, n. 196, mar-abr. 2005.
SCHERER-WARREN, Ilse. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. REVISTA
SOCIEDADE E ESTADO, Brasília, v. 21, 2006., p. 109-130.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes sociais e de movimentos. In: Luiz Antonio Ferraro Júnior.
(Org.). Encontros e caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores.
Brasília: MMA, 2007, v. 02, p. 323-332.
SCHERER-WARREN, Ilse. Fóruns e redes da sociedade civil: percepção sobre exclusão social e
cidadania. REVISTA POLÍTICA & SOCIEDADE. Florianópolis: PPGSP/UFSC, v. 6, n. 11, out.
2007, p. 19-40.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes de movimentos sociais na América Latina - caminhos para uma
política emancipatória? REVISTA CRH (no prelo).
SILVEIRA, Suzana M.P. A construção do sujeito no MST: Assentamento Eldorado dos Carajás.
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, UFSC, 2007.
TOURAINE, Alain.¿Podremos vivir juntos? La discusión pendiente: el destino del hombre en la
aldea global. Trad. Horácio Pons. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 1997, 335 p.

Pojuca: Moradores querem isenção em pedágio

10 de Julho de 2011




Manifestantes bloquearam por mais de uma hora trecho da BA-093

Moradores do município de Pojuca interditaram na tarde deste sábado (9) a BA-093, em protesto à cobrança da tarifa de pedágio. Os manifestantes, que ocuparam as duas pistas próximo a entrada da cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), reclamam da necessidade de pagar para transitar diariamente. O tráfego na região ficou complicado por cerca de uma hora e os protestantes só saíram após a confirmação de uma reunião, nesta segunda (11), com os representantes da Concessionária Bahia Norte, responsável pela administração da rodovia. Eles pedem que a população de Pojuca fique isenta de pagar a tarifa de R$ 2,60.

Lugares onde serão colocados postos de cobrança de pedágios na BR-324 (Editoria de Arte do CORREIO)

A Companhia Brasileira de Rodovias - consórcio liderado pela construtora paulista Heleno e Fonseca e que contou com a participação da canadense CRA Engenharia e pela brasileira a LBR Engenharia - havia apresentado proposta de R$2,517 para cada 100 quilômetros, e foi derrotada.

A concessão envolve 554,1 quilômetros da BR-116, no trecho entre Feira de Santana e a divisa com Minas Gerais, e de 113,2 quilômetros da BR-324, entre Salvador e Feira.

Também foram incluídos no lote 9,3 quilômetros da BA-526 e quatro quilômetros da BA-528, estradas estaduais que proporcionam o acesso para o CIA Sul, Base Naval e Porto de Aratu.

Em contrapartida à exploração das rodovias, o consórcio vencedor terá que realizar obras de recuperação, manutenção, infraestrutura e construção de novas faixas, além de implantaçãodesinalização, telefones de emergência, passarelas, guinchos e serviço médico de emergência.

OBRAS

O secretário estadual de Infraestrutura, Antônio Batista Neves, comemorou o resultado do leilão. “A população vai ser beneficiada com uma estrada de qualidade, que também vai alavancar o desenvolvimento do estado”, disse.

Neves lembrou que as duas BRs são os principais corredores logísticos do estado, de grande potencial econômico. O secretário destacou que logo após a assinatura do contrato, em maio, já estão previstas intervenções imediatas pela nova concessionária.

Segundo ele, a Isolux deverá investir cerca de R$100 milhões em obras emergenciais na BR-324, para recuperação da rodovia. “Estas obras deverão durar cerca de 90 dias”, estimou. Batista Neves informou que a estrada será totalmente readequada, inclusive com a implantação de acostamento nos trechos onde hoje não existe.

O projeto de concessão das rodovias cita que os benefícios aos usuários podem ser estimados através de reduções nos custos operacionais dos veículos e do tempo que decorrem de um deslocamento mais suave e de melhores níveis de serviço (fluxo mais livreemfunção de um aumento na capacidade e da eliminação de atritos).

Os custos operacionais também incluem dispêndioscomcombustível, lubrificantes, pneus, manutenção, depreciação e os juros embutidos na propriedade dos veículos.

QUEIXAS

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do EstadodaBahia, AntônioSiqueira, disse que não é contra o pedágio, mas lembrou que o papel de garantir estradas em bom estado de conservação é do governo.

“A população já paga um imposto (Cide), que é incluído nos combustíveis, para ter estradas em bom estado. Mesmo assim, também terá de pagar pedágio para ter rodovias conservadas”, criticou .

De acordo com Siqueira, o custo com o pagamento de pedágio, pelas transportadoras, será repassado naturalmente para o valor do frete. “Isto certamente vai refletir nos preços dos produtos aos consumidores”, alertou.

RETORNO

O RodoBahia trabalha com a expectativa de obter uma taxa interna de retorno (TIR) de 8%. “Definimos o deságio a partir dos estudos de tráfego e de uma análise dos investimentos previstos. Estamos bastante empolgados e contentes com o resultado”, afirmou o diretor no Brasil da espanhola Isolux, Francisco Corrales.

Ele afirmou que pretende contar com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento de longo prazo. “Esperamos chegar ao máximo que o banco oferece, que é o financiamento de70% do valor do investimento”, explicou.

Esta é a primeira concessão em rodovias arrematada pela Isolux no mercado brasileiro. No país, a companhia detém 15 concessões no segmento de transmissão de energia elétrica, sendo que entre os principais projetos estão dois trechos da Linha Tucuruí - Manaus - Macapá, que ligará a Região Norte ao resto do país.

“Mas já operamos dois mil quilômetros de rodoviasnoMéxico, na Índia e na Espanha”, afirmou Corrales. O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, afirmou que o deságio apresentado pelo Rodobahia foi mais agressivo do que o esperado, superando as expectativas.

“Imaginávamos que o deságio fosse bem menor justamente em razão do cenário de crise”, afirmou. Segundo ele, a ANTT imaginava que o deságio chegaria a 15% no máximo.

Figueiredo ainda afirmou que a mudança de modelagem inibiu a participação de empresas que já operam nesse mercado. Já o ministro interino dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que o resultado do leilão foi avaliado pelo governo federal como positivo.

Ferrovia e BR-101 também vão a leilão

O governo pretende fazer em novembro o leilão de concessão da BR 101 na Bahia. Também no segundo semestre, deve acontecer o pregão para a escolha da empresa que vai explorar a Ferrovia Oeste- Leste, ligando o cerrado baiano até o Porto de Ilhéus.

“A construção continuará com recursos públicos porque ferrovias envolvemum volume de recursos muito grande e a gente vai esperar, ao longo deste ano, o melhor momento, do ponto de vista da conjunção financeira, para fazer o leilão de subconcessão de ferrovias. Não é um leilão pequeno”, disse o secretário adjunto de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Silveira.

Já o ministro interino dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que o governo federal concederá mais 3,6 mil quilômetros de rodovias à iniciativa privada até novembro.

Trata-se da primeira e segunda fases da terceira etapa do programa federal de concessões de rodovias. Os primeiros três lotes irão a leilão em junho e somam pouco mais de dois mil quilômetros de estradas. Já a segunda fase, com os outros lotes, deve acontecer em novembro.

(Notícia publicada ne edição 22/01/2009 do CORREIO)

turismo sexo e estrupo na Amazônas

A Empresa de turismo norte americana que organizou excursões pesqueiras na Amazônia está sendo investigada sob suspeita de pratica de turismo sexual no Brasil.
A Wet-A-Line Tours esta sendo alvo de um processo no Estado da Geórgia, segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "The New York Times".
A agência de turismo norte americana também está sendo processada no Brasil, assim como a Santana Ecofish Safari, parceira que organizava passeios em Manaus.
Nas investigações da Polícia Federal, ao menos 15 meninas foram vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas pelo proprietário da agência norte-americana, Richard Schair.
A empresa, segundo a investigação, utilizava iates de luxos, camuflados de pesca esportiva para estrangeiros.
"O pacote incluía o turismo sexual", afirma o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Sérgio Fontes.
As meninas são da cidade de Autazes, a 118 km de Manaus, e eram aliciadas, segundo a polícia, para participar dos passeios pesqueiros.
Além de Schair, são réus na ação penal José Lauro Rocha da Silva, proprietário da agência de turismo brasileira, Daniel Geraldo Lopes, Juscelino de Souza Motta e os irmãos Admilson Garcia da Silva e Adilson Garcia da Silva.
O processo do caso está em segredo de Justiça no Brasil.
Em seu site, o grupo norte-americano de ativismo feminino Equality Now afirma que o processo nos EUA foi aberto em junho por quatro meninas, todas de origem indígena, que dizem ter sido forçadas a se prostituir quando tinham menos de 18 anos --a mais jovem tinha 12 anos.
A Equality Now afirma que elas alegam ter sido "vendidas como prostitutas". "No barco, teriam recebido bebida alcoólica e drogas e forçadas a praticar atos sexuais".
O grupo diz que é a primeira ação a usar a Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico Humano para pedir compensação às supostas vítimas.
OUTRO LADO
O proprietário da Wet-A-Line Tours, Richard Schair, nega as acusações, segundo o jornal "The New York Times", que publicou ontem reportagem sobre o caso.
Schair negou envolvimento com a prostituição infantil nos depoimentos à Polícia Federal. A Folha não conseguiu localizar o empresário.
A reportagem tentou contato com os advogados dos outros réus na ação brasileira --José Lauro Rocha da Silva, da agência Santana Ecofish Safari, Daniel Geraldo Lopes, Juscelino de Souza Motta e os irmãos Admilson Garcia da Silva e Adilson Garcia da Silva--, mas não teve sucesso até a conclusão desta edição.
O empresário norte-americano tenta suspender temporariamente o processo que corre em seu país.

Fabac promove curso para a 2º etapa da OAB

A Fabac promove um curso intensivo de práticas jurídicas para os alunos que irão fazer a segunda etapa da prova da OAB. O curso terá início neste sábado (03). Tendo em vista o grande número de alunos que realizaram, no último domingo (27), a primeira etapa do Exame da Ordem, será realizado na Fabac - Faculdade Baiana de Ciências, em Lauro de Freitas, mais um curso de práticas jurídicas com dicas e orientações para os futuros advogados. As aulas são voltadas para alunos do 10º semestre e egressos do curso de direito.

As aulas serão ministradas por professores da Fabac, a partir desse sábado (03) duas vezes por semana, na sala 104 e no Escritório Jurídico Júnior até o dia da realização da prova, com o objetivo de preparar os alunos para a segunda etapa. As aulas a serem realizadas serão de noções gerais, processo civil e prática específica e direito do trabalho. Confira o calendário:

Terças e Quartas
Disciplina: Noções gerais
Horário: das 17h às 18h
Professor: Bianca Santos

03/10
Disciplina: Processo Civil e prática específica
Horário: das 08h às 12h e das 13h30 às 17h30
Professor: Andrea Biasin

17/10
Disciplina: Direito do trabalho
Horário: das 08h às 12h e das 13h30 às 17h30
Professor: Paulo Macedo
As inscrições para o curso são gratuitas e podem ser feitas na Coordenação e no Escritório Jurídico Júnior.

Por: Melina Almeida

Fred salva o Brasil da derrota

Fred marca aos 44 do segundo tempo e evita derrota contra o Paraguai
Após levar virada, Brasil escapa de vexame com gol nos minutos finais. Seleção precisa vencer Equador para avançar sem depender dos outros





O sorriso de Larissa Riquelme sempre encantou os brasileiros. Mas neste sábado, a alegria da musa contrastou com a decepção e a péssima atuação da Seleção comandada por Mano Menezes. No Estádio Mário Alberto Kempes, em Córdoba, a equipe canarinho conseguiu um empate de 2 a 2 com o Paraguai graças a um gol heroico de Fred aos 44 minutos do segundo tempo. O time de Mano Menezes agora terá que vencer o Equador, quarta-feira, para se classificar para as oitavas de final da Copa América sem depender de outros resultados.


Fred fez gol heroico aos 44 minutos do segundo tempo, garantindo empate

Barrado, Robinho assistiu ao jogo do banco de reservas. Preterido por Mano para a entrada de Jadson, ele chegou até a aquecer, mas sequer entrou em campo. O antes inquestionável Neymar deixou o gramado vaiado. E, pela quarta vez consecutiva, os torcedores pediram pela entrada de Lucas, o que só ocorreu no segundo tempo. Até faixa para Marta foi exibida no Mário Kempes, que ainda ouviu gritos de "olé" da torcida guarani. Jadson abriu o placar para a Seleção, e Roque Santa Cruz e Valdez marcaram para os paraguaios.

Com o empate, Brasil e Paraguai somam dois pontos e dividem a liderança provisória do Grupo B. Isso porque Equador e Venezuela, que estão com um ponto, ainda se enfrentam neste sábado, às 18h30m (de Brasílai), em Salta, para fechar a rodada, com transmissão ao vivo do GLOBOESPORTE.COM, TV Globo e SporTV.

Na próxima quarta, a Seleção encara o Equador novamente em Córdoba, às 21h45 (de Brasília), na última partida da primeira fase da Copa América. O Paraguai enfrenta a Venezuela, pouco antes, às 19h15, em Salta. A última vez que o Brasil não conseguiu vencer nas duas primeira rodada da Copa América foi há 18 anos, em 1993: 0 a 0 com Peru (18/06/93) e 3 a 2 para o Chile (21/06/93).

Com Jadson na vaga de Robinho, Seleção começa mal etapa inicial em Córdoba
A Seleção entrou em campo com uma surpresa de Mano Menezes. Jadson na vaga de Robinho. Com o apoiador do Shakhtar Donestsk, o esquema saiu do 4-3-3 para o 4-4-2. Mesmo com a alteração, o time começou mal a partida, perdido em campo. Percebendo tal situação, o Paraguai quase abriu o marcador aos 2 minutos. Barrios lançou para Roque Santa Cruz já dentro da área. Da marca do pênalti e de frente para Julio César, o atacante errou feio o gol.

Santa Cruz, por sinal, não balançava a rede desde maio de 2010 em um amistoso do Paraguai contra a Coreia do Norte antes da Copa da África do Sul. Após o lance, a Seleção Brasileira seguiu errando passes, precipitando jogadas. A partir dos dez minutos, os zagueiros tentaram o artifício de explorar a velocidade de Alexandre Pato. Outro pouco inspirado no jogo.

A primeira chance clara da Seleção só aconteceu aos 19. Ganso tocou para Jadson na entrada da área, que tocou de primeira para Pato. O atacante recebeu na marca do pênalti e tentou driblar Villar, que se recuperou e tocou na bola no momento do chute. No banco, Mano mostrava insatisfação com mais um lance perdido. O camisa 10 da Seleção, por sinal, tinha lampejos. Ora com boas jogadas, ora com passes no fogo para os companheiros.

Torcida pega no pé de Jadson, que abre o placar para o Brasil
A partir dos 25, os torcedores brasileiros no Estádio Mario Kempes passaram a pegar no pé de Jadson. A cada toque na bola do apoiador, vaias. Os gritos de Lucas começaram a ecoar na arquibancada. Até mesmo o nome da atacante Marta, destaque da Seleção Brasileira feminina que disputa a Copa do Mundo na Alemanha foi gritado.

- Olê, olê, olê, olá, Marta, Marta – gritavam os torcedores.

E Jadson parecia sentir as vaias. Aos 32 levou cartão amarelo após entrada dura na intermediária de ataque. Cinco minutos, ele poderia até ter sido expulso pelo árbitro Wilmar Roldan após derrubar Barrios em um contra-ataque paraguaio. Novas vaias e gritos por Lucas ecoaram no estádio de Córdoba.

Mas o futebol dá voltas. Aos 39, Jadson recebeu de Ganso na entrada da área e bateu forte à direita de Villar: 1 a 0 Brasil. Na comemoração, o jogador desabafou, colocou a mão no ouvido, pedindo uma reação positiva dos torcedores que o vaiaram durante a etapa inicial. O tento foi o primeiro de fora da Copa América.

Na tribuna de imprensa, o analista de desempenho, Rafael Vieira, membro da comissão técnica de Mano, socava à mesa a sua frente em sinal de desabafo, comemorando o gol do apoiador.

Mesmo com o resultado positivo após o fim do primeiro tempo, Mano deixou o gramado ouvindo os gritos de burro de um grupo de torcedores inconformados com a escalação da Seleção

Com cartão amarelo, Jadson é substituído no intervalo
Na volta para o segundo tempo, Mano optou por sacar Jadson, que havia levado o amarelo e poderia ter sido expulso antes do gol. O comandante optou pela entrada de Elano. O trio campeão da Libertadores pelo Santos estava formado, com o meia, Paulo Henrique Ganso e Neymar. Com eles, o Brasil passou a explorar os contra-ataques. Mas o Paraguai não estava morto. E um goleador adormecido acordou.

Santa Cruz recebeu sozinho ótimo passe de Barrios já dentro da área e bateu à direita de Julio César,que nada pôde fazer. O goleador acabou com o jejum de mais de um ano sem balançar a rede e se tornou o maior goleador de sua seleção, com 25 tentos, ao lado de Saturnino Cardozo. Festa da modelo Larissa Riquelme, que estava no estádio acompanhando a partida, e dos torcedores paraguaios, maioria em Córdoba.

Logo após o gol, os gritos por Lucas voltaram a ecoar no estádio. Mesmo assim, o jogador do São Paulo seguia no aquecimento. Em campo, o maestro de Mano, Paulo Henrique Ganso, desafinava. Acertava pouco. Os passes não eram precisos, os dribles não funcionavam. Neymar também não conseguir repetir as boas atuações do Peixe.

Neymar perde gol, Valez não perdoa: 2 a 1 Paraguai. Fred empata no fim
O ataque da Seleção seguia sem pontaria. Nervosismo? Aos 20, Neymar pareceu não saber o que fazer com a bola. Ganso fez um lindo lançamento para o atacante, que ficou de frente para Villar. Em vez de finalizar de canhota, o camisa 11 preferiu chutar de direita e errou o alvo, deixando o arqueiro paraguaio evitar o segundo tento canarinho.

Na sequência, o Paraguai aproveitou mais uma falha da defesa brasileira para virar o jogo. Aos 22, Haedo Valdez recebeu dentro da áream chutou para defesa de Julio César, mas deu sorte de a bola bate em seu corpo antes de morrer no fundo do gol: 2 a 1. Com a desvantagem no placar, Mano atendeu o pedido da arquibancada e sacou Ramires para a entrada de Lucas. A Seleção seguiu mais perdida do que na etapa inicial, errando muitos passes.

Enquantos os brasileiros buscavam o empate, os paraguaios tocavam a bola. Em outros tempos impensável, os gritos de olé eram a favor dos rivais canarinhos e não do time de amarelo. No fim, Fred amenizou mais um tropeço da Seleção. Aos 44, o jogador recebeu passe dentro da área, girou e chutou sem chance para Villar. Tudo igual em Córdoba.

"... Se avexe não que a burrinha da felicidade nunca se atrasa!!!!"

Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata- se de um Brasil que a gente não conhece.


As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.
Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.
Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, pernaambucano, goiano, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto, falta uma identidade com a terra.
Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, (e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro) ou a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo.

Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando- se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.
Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena (Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.
Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.
Outro detalhe: americanos entram à hora que quiserem. Se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerd com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasme, se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:
'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.
A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo
objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas: porque os americanos querem tanto proteger os índios ? A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animal e vegetal, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro - encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.
É, pessoal... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.
Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.
Repasse esse e-mail "como cópia oculta" para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.
Mara Silvia Alexandre Costa
Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.Patog. FMRP - USP
Opinião pessoal:
Gostaria que você que recebeu este e-mail, o repasse para o maior número possível de pessoas. Do meu ponto de vista seria interessante que o país inteiro ficasse sabendo desta situação através dos telejornais antes que isso venha a acontecer.
Afinal foi num momento de fraqueza dos Estados Unidos que os europeus lançaram o Euro, assim poderá se aproveitar esta situação de fraqueza norte-americana (perdas na guerra do Iraque) para revelar isto ao mundo a fim de antecipar a próxima guerra.
Conto com sua participação, no envio deste e-mail.

Celso Luiz Borges de Oliveira
Doutorando em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP

sábado, 9 de julho de 2011

Indisciplina ou produto do r quero dentro das coorporações

Infelizmente depois de mais de trinta e três anos de serviço e já esta na reserva remunerada ainda tenho o desprazer de olhar um jornal que seja impresso em papel ou na mídia e encontrar matérias como esta de hoje, que esta publicada no jornal correio da Bahia sobre soldado se indisciplina por um simples fato de um pneu de viatura vazio e ao ser detido se descobre que o mesmo esta com uma arma sem ser registrada; é preso em flagrante.
Gostaria de saber, o que leva um Capitão de Policia, a tomar tal atitude descabida contra um simples Soldado de Policia, que ganha mal, que as vezes sai de sua residência com diversos problemas do âmbito familiar, e não tem a quem recorrer e se debate com um superior desta espécie que parece que esta procurando alguém para descarregar todos os seus problemas e mostrar para o seu chefe que é maioral e quando chegar em casa sua família vai lhe olhar diferente devido a sua ação de afrontar e humilhar o SD.
Será quem é o mais humilhado o Soldado ou o Oficial: no meu entender as duas partes estão humilhadas e o superior se acha maioral, mas na realidade o Sd, é vitorioso por que é humilde e na maioria das vezes por que precisa do emprego se cala e deixa tudo acontecer por isto pelo menos para mim este praça é o verdadeiro herói. Por que deixa o tempo passar e faz de conta que nada aconteceu e esta sempre pronto para o serviço sem reclamar da situação imposta por alguns oficiais que se julga dono do mundo.